segunda-feira, 3 de outubro de 2011

As pálpebras pesadas, o corpo amolecido por um dia extenuante de palavras jogadas na fúria do momento. A respiração tão lenta que já prevê o sono que virá. Por fora, só os dedos se movem. Às vezes também a boca que se abre num bocejo preguiçoso e pensativo. Oxigenação de pensamentos. Uma coceirinha ao lado do olho e penso em você. Como se eu já não estivesse pensando antes. E antes disso ainda. E o dia todo. Um pensar pesado e melancólico. Triste e desesperado. Como eu queria que não fosse assim! Passo a mão pela nuca, num ato involuntário de quem tenta se manter acordado: "E queria que fosse como, então?". Leve. A palavra me vem pronta. Gostaria de sentir-me leve... Tão leve que qualquer respiração mais profunda fosse capaz de me levar para longe. Para perto. De você.